Carnaval
Bloco do Mapa leva alegria e inclusão às ruas de Pelotas
Bloco voltou às ruas no domingo
Fotos: Italo Santos - Bloco do Mapa tem inclusão como lema
Por Douglas Dutra
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Domingo (19) foi mais um dia para botar o bloco na rua. O sol e o calor foram receptivos para quem queria fazer a festa e matar a saudade da folia. Em Pelotas, a tarde foi marcada pelo Bloco do Mapa, que arrastou centenas de pessoas pela XV de Novembro até a avenida Bento Gonçalves, já quase no pôr do sol.
Desde 2016, o Bloco do Mapa tem como bandeira a inclusão e a diversidade. Aberto para todos os públicos, o bloco leva à rua acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência e autismo em um momento de alegria e celebração à vida.
Para o idealizador, José Cícero Caipu, o Carnaval 2023 significa um recomeço. "O Carnaval de 2023 é um recomeço. Nós estamos recomeçando do zero, com nosso folião, com as pessoas. Tanto que o tema do Bloco do Mapa desse ano é a vida. Nós estamos recomeçando a viver. A gente espera fazer toda essa inclusão e levar alegria para as pessoas", diz.
O Carnaval é também um momento de celebração da cultura e da religiosidade de origem africana. Para o Babalorixá Juliano d'Oxum, este é um momento de união. "É o momento de dizer xô ao preconceito com os deficientes, com a tradição religiosa, com a orientação sexual, todos unidos festejando, valorizando o que nós temos de melhor em Pelotas, que é essa alegria", diz.
Inclusão e solidariedade
A cientista social e produtora do bloco, Jacqueline Santos, afirma que o Bloco do Mapa, surgido em 2016, tem o intuito de trazer de volta o espírito dos velhos carnavais através da inclusão. Ela destaca que, além da folia, o grupo está unido o ano todo pela solidariedade. "Criamos uma ONG através do bloco que leva diversos serviços à comunidade, como oficinas, palestras, orientações, encaminhamentos, entrega de cestas de alimentos, de higiene, entre outros", diz.
Para Jacqueline, o retorno após a pandemia tem um significado especial. "Por acreditarmos que a cultura transforma, nas suas diversas vertentes, é que lutamos para que o Bloco do Mapa venha novamente à rua XV de Novembro depois da pandemia", afirma.
Para a pediatra Regina Nogueira, vó de uma pessoa com autismo, o sentimento é gratidão "pela resistência, depois desse tempo todo sem carnaval". "É um espaço de família, um espaço de inclusão em que as crianças aprendem a respeitar", diz Regina.
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